Dissertação da Pós-Graduação em Literatura ganha prêmio da Academia Catarinense de Letras - Site NOTÍCIAS DA UFSC - 02/05/2022 14:09
O livro Roça barroca: mundos torrentes (Editora Nave, 2021), estudo do pesquisador egresso da Universidade Federal de Santa Catarina Dennis Radünz sobre a poética de Josely Vianna Baptista recebeu o Prêmio Catarinense de Literatura 2021 na categoria Ensaio, concedido pela Academia Catarinense de Letras (ACL). Íntegra da dissertação de mestrado defendida em 2020, no Programa de Pós-Graduação em Literatura da UFSC, com orientação da professora pesquisadora Susana Scramim. O livro inclui desenhos do artista visual Francisco Faria e apresentação da professora Celia Pedrosa, da Universidade Federal Fluminense.
Foram premiados pela ACL também os escritores Cristóvão Tezza, na categoria romance, Carlos Henrique Schroeder, na categoria conto, Sergio Medeiros, como poesia, Ana Lavratti,em crônica e Nelma Baldin, em história. O prêmio póstumo foi concedido ao poeta Lindolf Bell (1938-1998) pelo conjunto da obra.
Dennis Radünz publicou sete livros autorais, incluindo-se o aclamado livro de poemas Ossama (2016), e é graduado em Letras – Língua e Literaturas de Expressão Portuguesa pela UFSC. Um estudo denso da poética de Josely Vianna Baptista e seu icônico livro Roça barroca (2011), o livro Roça barroca: mundos torrentes concebe a escrita crítica como Umdichtung – tradução, na acepção de “poema escrito tecido ao redor de outro” – e, em tempos duros de debate sobre ‘marco temporal’, enfatiza a potência e a “pervivência” da cultura Mbyá-Guarani. Segundo Celia Pedrosa, “como nos poemas de Josely, a escrita de Dennis procede a uma atualização do passado mítico e histórico, contribuindo para incitar um pensamento que consiga fazer brotar de mundos danificados a promessa de outros mundos-paraísos porvir”.
No seu estudo, Radünz lida, a partir do conceito de espaço cultural contraponteado, proposição de Lezama Lima em A expressão americana, e referências dos campos da cultura, filosofia, antropologia e história indígena, com o substrato das teorias do poema. “Nessa cena de leitura, o estranhamento da tarefa tradutória e da linguagem poética de Roça barroca encontra a estraneidade da condição sociocultural que os mitos Mbyá-Guarani vozeiam”, escreve, no resumo da pesquisa.
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